Este processo é explicado de forma ágil e didática no filme, o qual pode ser de grande ajuda para compreender os motivos que nos levárom a entender o galego como hoje é concebido, com todos os consensos e distensons com que chegou à atualidade. Também ajudará a compreender melhor a figura homenageada no próximo Dia das Letras, Xosé Fernando Filgueira Valverde, através de um episódio do qual foi protagonista no inÃcio dos anos 80, fundamental para a história recente da nossa lÃngua.
Um intenso debate
Durante os anos 70, quando já se adivinhavam os perfis da Democracia, o mais constante debate lingüÃstico galego de todos os tempos, o da orientaçom ortográfica, reaparece com força. Como alternativas ao modelo de Galaxia, cujos esforços se centravam em manter a chama de umha cultura própria suportável para o Franquismo, concretizam-se duas novas propostas antagónicas. Por um lado, a que pretendia restaurar a afirmaçom lusista do galeguismo do pré-guerra, pouco a pouco aglutinada em torno da figura de Carvalho Calero. Por outro, a que defendia construir um galego independente do português, que tinha como guia o trabalho dialetológico do Instituto da LÃngua Galega.
Ambas contárom com defensores de grande altura intelectual. Porém, chegados os anos 80, umha rápida sucessom de acontecimentos polÃticos, acabaria por fazer com que umha figura se tornasse imprescindÃvel para explicar o desfecho de um conflito com epicentro em 1982. Filgueira Valverde, que representava a continuidade do modelo cultural que em torno do galego se tinha gerado durante os anos da Ditadura, deu nome a um Decreto fundamental para compreender a orientaçom que seguiu a lÃngua até a atualidade.
Entrevistados
Xosé LuÃs Barreiro Rivas. Conselheiro da Presidência de 1982 a 1986 e vice-presidente da Xunta de Galicia desde 1983 a 1986
Elvira Souto. Militante da Unión do Povo Galego (UPG) nos anos 70 (secretária-geral entre 1977 e 1978) e ativista da Associaçom Galega da LÃngua nos anos 80
Isaac Alonso Estraviz. Lexicógrafo, autor do Dicionário da LÃngua Galega e Membro da Associaçom Galega da LÃngua (AGAL)
Francisco Fernández Rei. Dialetólogo, autor da DialectoloxÃa da LÃngua Galega e corredator das Bases pra Unificación das Normas LingüÃsticas do Galego (1977). Membro do Instituto da Lingua Galega (ILG) desde 1973 e da Real Academia Galega.
José LuÃs RodrÃguez. Catedrático de Filologia Portuguesa e secretário da “Comisión de LinguÃstica” da Xunta (1979).
Maria Xosé Queizán. Escritora em galego desde os anos 60. Como ensaÃsta, destacam os seus trabalhos sobre feminismo.
José LuÃs do Pico Orjais. Musicólogo, autor de vários trabalhos sobre a figura de Filgueira Valverde.
Francisco RodrÃguez. Militante da Unión do Pobo Galego (UPG) desde 1967 e ativista da Asociación Socio-Pedagóxica Galega (AS-PG) desde 1976.
Tiago Peres Gonçalves. Historiador, autor da Breve História do Reintegracionismo.
UxÃo-Breogán Diéguez. Historiador, especialista na história do nacionalismo galego.
Carlos Velasco. Historiador, autor de Piñeiro e o piñeirismo em perspectiva histórica.
+ Info: http://decretofilgueira.agal-gz.org