Opinión en Galicia

Buscador


autor opinión

Editorial

Ver todos los editoriales »

Archivo

Chegou o Natal

lunes, 13 de diciembre de 2021
A literatura ten os seus tempos e os seus modos, e o Natal está presente en numerosos autores e autoras. A min gústame ler os poemas dos nosos escritores, feitos para este tempo, nese sentido, somos uns afortunados, tanto pola cantidade, como a calidade e prestixio dos creadores.

Para esta ocasión, eu escollo: "Natal" de Ricardo Carvalho Calero; "Sagrada Familia marinheira" de Ernesto Guerra da Cal e "Onde é que hoje nasces?" de Martinho Montero Santalha.

Estes textos permíteme desandar o tempo, e revivir as panxoliñas que lle cantábamos ao neno Deus, cando era un adolescente, na freguesía do Baño de Bande.

Son tres obras maestras, con diferenzas nalgúns aspectos da sua forma, en cambio, no fondo son case idénticas. Transmiten esa esencia, do traballo ben feito, que é capaz de crear unha atmosfera cálida, na que se respira paz, nos enche de gozo e nos fai fluír.

NATAL

O Neno Jesus nas palhas
é um sol com raiolas de ouro.
A estrela que veu de Oriente
baixa a bicá-lo nos olhos.

Ai, quem viu cousa parelha:
que o sol alume na noite?
As estrelinhas murchecem
ao brilhar da sua fronte.

Deus meninho, Deus meninho,
o teu abrente hoje é.
Na terra a tua mãe alegra-se,
no céu o teu Pai também.

As luzes de festa acende
Jesus no céu e na terra.
A Nossa Senhora veste
o manto azul com estrelas.

Ricardo Carvalho Calero


SAGRADA FAMILIA MARINHEIRA

Dois anjinhos marinheiros
ajudam a São José,
grão-calafate do céu.

Nossa Senhora da Barca
tinha de ir à sua romagem.
A barca estava rachada!

O neno Jesus brincava
sentado numa pedrinha
a fazer papas de lama.

São José disse: « - Maria,
isso é uma coisa de nada:
isso eu o componho aginha».

Duas sereias de prata
desassossegam na espera
para jungirem-se à barca.

Ernesto Guerra da Cal


ONDE É QUE HOJE NASCES?

Onde é que hoje nasces, meu menino amigo?,
onde tens agora o teu pobre abrigo?

Onde vens nascer por este Natal
após dois mil anos de bem e de mal?

Nasces outra vez numa terra alheia
esperando ainda que a gente te creia?

Nasces desta vez no mundo moderno
que goza da vida ansiando o eterno?

Nasces numa terra de mísseis e bombas
sonhando outra terra de danças e pombas?

Nos autos velozes da fulgente estrada?;
num povo oprimido que não pede nada?

Nas cores ruidosas de uma discoteca?;
no silêncio assíduo de uma biblioteca?

Na doce esperança de tudo o que é novo?;
na nova mensagem para um novo povo?

Nasces noutro mundo, de luz e violetas,
na estrela longínqua que tem dez planetas?

(Onde quer que nasças, nunca será tarde...
Quero estar na gente que ainda te aguarde.

Quem fosse outro mago, na noite marchando,
seguindo uma estrela, sem onde nem quando!...)

José-Martinho Montero Santalha
Rivero, Manuel
Rivero, Manuel


Las opiniones expresadas en este documento son de exclusiva responsabilidad de los autores y no reflejan, necesariamente, los puntos de vista de la empresa editora


PUBLICIDAD
ACTUALIDAD GALICIADIGITAL
Blog de GaliciaDigital
PUBLICACIONES