Opinión en Galicia

Buscador


autor opinión

Editorial

Ver todos los editoriales »

Archivo

Mulleres da Historia Galeguista

lunes, 19 de mayo de 2008
NA LEMBRANZA DAS MULLERES DA HISTORIA GALEGUISTA

Dona Inês Lapa


Aproximando-se o Dia das Letras Galegas, sinto sempre a necesidade de lembrar a mulheres que dum jeito ou doutro aparecem no pano de fundo das actividades dos Galeguistas históricos.

Este ano o Dia é dedicado a José Maria Álvarez Blázquez, e eu por associaciaçom de ideias estranhas e particulares lembrei o casal Lapa e a sua casa de Anadia.

Conhecim Rodrigues Lapa há bem anos. Fomo-lo visitar aproveitando uma viagem a Coimbra, nessa típica excursom familiar com crianças e avós. Lembro um serão de verão delicioso, e uma casa portuguesa como a da cançom. Ele sentía-se muito orgulhoso das suas relações com os intelectuais galegos e asegurou-nos que se considerava pertencente à Geraçom Nós, pola sua irmandade com aquele grupo de homens singulares, que sentaram as bases do Nacionalismo Galego actual e que nos deixaram o orgulho de pertercermos a uma cultura apurada, antiga e viva de aquém e além Minho. Segundo disse naquele dia a Galaecia chegava "usque ad Mondecum". Polo que Anadia, a sua aldeia, (na que estava exiliado em vida, pola sua poiçom contra a ditadura de Salazar) ficava do lado galego. A anedota que ficou gravada em mim foi o relato que o casal Lapa fizeram da sua visita a Lugo, aquando cá vieram para lembrar à Homenagem que lhe fizeram as Irmandades da Fala, na minha cidade, a Daniel Rodriguez Castelao, ano 32 no Hotel Mendéz Nunhez. Foi un ponto de encontro com meu pai que escuitava atentamente as palavras de ambos, pois ele assistira como rapaz cando ainda andava a estudar no Instituto.

Polos vistos marcaram o ponto de encontro em Nadela, porque Anadia e Nadela ficavam irmanadas sendo topónimos que indicam uma nascente de água. O apelido Fontenla, que levam os meus filhos, ficava também travado no relato. (Lembrem que estávamos no lar dum dos maiores linguistas do século XX). A ideia era que os do Sul se encontrariam em Vigo onde iam ter com os irmãos Álvarez Blázquez, José Maria incluído, entre outra gente, para reunirem-se em Nadela com os que vinham desde Ourense: Otero Pedraio e outros.

Para Dona Inês a viagem fora muito divertida. Nom havia mais que escuitar o tom alegre e risonho com que o lembrava. Quando chegaram a Vigo nom tinham mais que um carro para toda a gente que quase nom colhia no auto. Ela era engraçada, moreninha e pequeneira. Nom iam ficar em terra por falta de espaço. Rodrigues Lapa nom queria faltar à homenagem dum homem que tanto admirava. Dario, galante e simpático ofereceu-se a levá-la no colo e foi asim como fez a viagem de Vigo a Lugo.

O que ficou na minha memória foram as gargalhadas de mulher franca e elegante com as quais relatou a anedota: "fiz a viagem no colo do Dario". Hoje as estradas som bem melhores do que eram daquela, mas para o casal dos Lapa o feito de ir render homenagem a um homem tam ilustre, e, acompanhado duma gente tam significada da cultura galega que ele, como bom filólogo considerava a mesma que a sua, era uma honra. Hoje afastada por acaso da história mais recente que outro dia contarei. Agora é apenas trazer aqui a lembrança de tantas mulheres que, como Dona Inês Lapa, acompanharam os seus homens nas suas empresas a favor da liberdade que vai unida à cultura. Umas vezes entendendo os seus motivos, outras nom o entendendo tanto, mas com fidelidade polo seu trabalho honesto. Dona Inês nisso foi como tantas outras companheiras dos Galeguistas históricos, cuja lembrança está por reivindicar. Dando-lhes apoio moral, assegurando-lhes a intendência material e emocional e sofrendo a perseguiçom e o exílio junto deles.
Figueroa Panisse, Adela
Figueroa Panisse, Adela


Las opiniones expresadas en este documento son de exclusiva responsabilidad de los autores y no reflejan, necesariamente, los puntos de vista de la empresa editora


PUBLICIDAD
ACTUALIDAD GALICIADIGITAL
Blog de GaliciaDigital
PUBLICACIONES