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Transplante de humanáceos

lunes, 01 de febrero de 2021
Eu moro ao lado da Reserva Atlântica chamada Mata dos Jesuítas. Não é só por causa dessa proximidade que gosto das árvores, plantas, etc. Creio que isso vem de nascença, pois nasci numa aldeia da Galícia (Espanha), muito verde e de vegetação exuberante, chamada Sabucedo, que significa "Lugar de sabugueiros". Uma planta muito abundante, amiga e parceira das nossas brincadeiras infantis.

Na minha infância, nesta convivência com o mundo vegetal, aprendi, entre outras muitas coisas, que as árvores, apesar de seu tamanho são seres muito delicados.

Aprendi que só se tornam fortes e saudáveis quando vivem na terra onde nasceram ou, se transplantadas, aceitam e gostam da terra que os acolheu. Aprendi que quando se pretende transplantar uma muda de uma árvore para outro lugar, são necessários certos cuidados.

Aprendi que não se pode arrancar a muda do chão, limpa-la da terra que ficou grudada nas suas raízes e transporta-la para ser plantada no seu novo habitat. Isso seria, com certeza, como condena-la à morte. A planta a ser transplantada deve levar em volta de suas raízes, a terra onde nasceu. É por isso que as mudas são embrulhadas em papel ou plástico para que não percam a terra natal.

Isso acontece com todas as espécies de plantas, não importando se vão converter-se em árvores gigantes, em pequenos arbustos ou em delicadas roseiras.

Mas, hoje, queria falar-lhes das plantas de uma espécie diferente: as plantas humanáceas. Não se diferenciam muito das plantas da família vegetal, porque, como verão a seguir, também possuem raízes, tronco e galhos.

As plantas humanáceas tem, apenas, duas raízes, muito fortes, que os cientistas chamam "pernas". Na ponta de cada uma destas raízes, chamadas "pernas", existe um alargamento onde brotam cinco raízes menores que os peritos chamam "pés" e "dedinhos".

Apoiado nas raízes, eleva-se o tronco arredondado e forte, onde nascem apenas dois galhos em cujas extremidades, como acontece nas raízes, há um pequeno alargamento onde brotam dez pequenos galhos, cinco na ponta de cada um dos galhos maiores. Os cientistas chamam os galhos maiores "braços", os alargamentos "mãos" e os dez galhinhos "dedinhos". Os galhos ou "braços" brotam na mesma direção das raízes ou "pernas".

Tanto os dois galhos maiores como os dez menores, chamados "dedinhos", agitam-se continuamente, mesmo sem vento.

Na conjunção dos galhos maiores, chamados "braços", brota uma enorme bolota, semelhante à que nasce em algumas plantas não humanáceas, como é o repolho e a couve-flor. Esta bolota chamada "cabeça", segundo alguns especialistas, nem todos concordam, é muito importante para o desenvolvimento equilibrado da planta humanácea.

Apesar da diferença existente entre estas duas espécies, a vegetal e a humanácea, há uma enorme semelhança em muitos aspectos. A humanácea, também, cresce mais forte e saudável quando vive na terra onde nasceram os demais membros da sua espécie.

Transplantados para outro habitat, para evitar que murchem, mas cresçam e deem muitos e bons frutos, é preciso que levem em volta de suas raízes um bom punhado de terra nativa. Esta terra nativa, de acordo com as análises realizadas em muitos laboratórios, é muito rica nas seguintes substâncias nutrientes: Amor, Bondade e Saudade.

Desejando que nunca lhes faltem estes nutrientes aos membros transplantados da espécie humanácea, termino esta pequena explanação científica, citando uma breve oração dos Índios dos Pampas argentinos, que encaixa perfeitamente no contexto desta dissertação.
Eis a citação:

"Terra minha, não se afaste de mim. Não me falte, por mais longe que eu vá".

(Frei Gerardo Cabada, 'Pepe', humanáceo transplantado ao Brasil, é frade Xesuíta galego, actualmente en Juiz de Fora)
Cabada, Pepe
Cabada, Pepe


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