Opinión en Galicia

Buscador


autor opinión

Editorial

Ver todos los editoriales »

Archivo

Linguagem e Poesía

miércoles, 12 de julio de 2006
A poesía seria para muitos autores um discurso paroxístico, excessivo, que procura isolar e magnificar certos traços da língua; é uma espécie de apoteose em vários planos da língua: o fónico-fonológico, o semântico e o gramatical; eu incluiría o léxico e o texto em cada contexto próprio á mensagem, para ela ser producida e produtiva, a través do explodir da língua em metáforas e metamorfoses várias; é como a tipografía de caracteres moventes; uma coletânea de palabras, que se disparam a golpe de inspiraçao; a final, já o tenho dito, é uma aproximaçao ao Ser, um tencionar conhecer a realidade do Ser e do óntico. A poesía nao é pois a língua em especial funcionamento, é máis outra coisa: o intento de, a través do pensar, do sentir, da conciencia, da inspiraçao, que junta isso e muito mais, explicar alguma coisa, de mayor ou menor transcendência; é tambén algo projetual ou projetivo, do ocupar-se o Ser para entender o óntico e o proprio Ser. O discurso poético absoluto está no cerne, no âmago do Ser, na sua unicidade e temporalidade; na súa diescência ou abertura ontológica. Dito de cofre, pensando em Pessoa, a poesía está nas malhas que o imperio da inspiraçao tece! Ou citando “a contrario sensu” Eugenio de Andrade: “As palabras, esse vicio occidental, estao gastas, envelhecidas, envilecidas. Fatigam. Exasperam”. Pode ser numa visao fechada do Occidental, más nao no sentido aberto do Occidental, como diescência ou abertura ontológica, do ser e nao só. E máis quando Portugal descobre dois terços da Humanidade, e reconhece o Outro, a Alteridade, para conviver nao como um Robinson Crusoe qualquer.
Algum autor (Pimenta, O silêncio dos poetas, 1978) afirma que a poesía é resultante de um uso peculiar da lingua, despragmatizado, dado que está em oposiçao ao pragmatismo de outras funçoes naturais da língua (sic); eu discrepo do que pode ser ou nao ser a funçao natural da lingua, no que se refere á arte poética e/ou literaria em que tudo está permitido. Sigo aí a Mallarmé, e a defensa dos jornais até para fazer poesía, ou de ready-mades, instalaçoes, etc… Talvez porque o vivi no meu exilio lusófono. E é que felizmente a poesía abrangue tudo, até arte/s outra/s, como se vem evidenciando nos museos, e quando o artista necesita recorrer á poesía, e nao apenas para dar título a um quadro, escultura, etc… senao integrar a poesía nas produçoes artísticas, como se nao tivessem valor per si, e precissassem da poesía avidamente.
A leitura dos antigos é semántica e historia, e representa o nível álgido de “A ansiedade da influência”, de que fala Harold Bloom. A arte, e por tanto a Poesía, procuram ser aproximaçoes á inteligencia do Ser, chaves para perceber o Ser, atingir a esencia do Ser. A poesía é mais global, abrangue o tudo do Ser, enquanto outras artes ficam a caminho, por razies de técnicas e procedimentos, estética, ética (individual e social), moral, etc… A Poesía leva ao conhecer do Ser, porque cria aproximaçao de conhecimento, em explodir do pensar, sentir, ter conciencia de Ser. A obra poética como obra de Arte seria a antecipaçao do conhecimento do Ser e do óntico. Entra na abertura ontológica, na deiscência do Ser, que mesmo uma simples metáfora pode apañar no seu significado esencial; eis a vantagem da Poesía sobre as Artes Outras. É a minha experiencia com a pintura, escultura, ready-made, instalaçoes, etc…
Jakobson fala da funçao estética da língua, mas nao é suficiente, porque há uma funçao poética mais alargada, que ultrapassa o simplesmente estético, para entrar no dominio do ontológico. Destarte, a Poesía seria uma antecipaçao da interpretaçao ontológica do Ser. Do Ser como Existência, como algo dialético a ser.
A obra literaria poetológica se subordina, alem do mais, a um principio estético e a um principio poético, quebrando todos os códigos. O que vale é a mensagem. E a mensagem é revelaçao existencial, a traves das palabras poéticas, diferentes das normais. Trata-se de projetar integralmente a mensagem,com carater projetual ou projetivo, como aproximaçao ao conhecimento do Ser. Do Ser projetual ou projetivo.
Dizia Adorno: “Depois de Ausschwitz noa há poesía possível”; mas a pesar do holocausto houve e há poesía, porque é algo inerente ao Ser Humano. ¡Sem Poesía nao se pode Ser! ¡Eu reclamei a Poesía até para a minha Naçao Ser!

Porque a pedra nao mata
Porque a árvore nao mata
Por isso eu son pacifista,
Porque um pacifista nao mata;
Por isso sao humano,
porque um humano
nao mata!
Como a pedra, a árvore,
o pacifista, que nao mata!
é o verdadeiro humano!
Padrão, João
Padrão, João


Las opiniones expresadas en este documento son de exclusiva responsabilidad de los autores y no reflejan, necesariamente, los puntos de vista de la empresa editora


PUBLICIDAD
ACTUALIDAD GALICIADIGITAL
Blog de GaliciaDigital
PUBLICACIONES