
4
A Xanela
Outono 2000
"Aínda que o letal alento do tempo
nos erosione e nos converta en po,
eu seguirei esperando o milagre da vida."
ESCOITA
Xa afroxou nas cordas
A melodía impúbera doutros tempos.
Esa música rebelde e precoz
Coa que compartimos os amenceres
Da vida.
E seguiremos ignorando as cicatrices
Que o pailán do tempo debuxou na
Nosa pel,
e seguiremos emborrachándonos coas
Cadencias nas flores na mirada.
Xa a nosa tertulia de
Vellos amigos se converteu
Nun monólogo cansado e brutal,
Tan inconsecuente como a
Impotencia das follas exiliadas
Do almanaque autista.
E seguiremos tatarexando as mesmas
Notas que nos despiden da lúa,
E seguiremos sendo nós,
Coas lembranzas metidas no peto
Do gabán,
Pois algúns din,
Que aló,
Vai frío.
Ana María Orozco Vidal
Rural(idade)
Povoações ilhas
céus de aproximação bucólica
O ar das manhãs conserta os pulmões
dá outro ritmo
preenche
a fome de azul diluído
Diferente experiência nas raparigas
A fragância da terra
absurdo
regresso às emoções na melopeia
do vento nos montes próximos
Onde os ecos?
Onde os ecos?
O retorno à infância
nos quintais desalinhados
fumo nos ares
os lares dispersos
e a resistência dos muros esfolados
na perenidade humilde das palavras
Tranquilidade azul em cada povo
vizinha de poentes sanguíneos
conserva os pássaros nos ninhos
aviva a noção de se estar acordado
para a sinfonia nocturna
Estamos vivos: uma pequena felicidade
Ouvimos pela primeira vez
alguém caminhar
nas muralhas da noite.
Cândido da Velha
OLAIA
OLAIA